terça-feira, 27 de outubro de 2009

Seminário Portais da Descoberta - O caminho até a incompletude

O caminho até a incompletude, assim Carlos Genaro Gauto Fernández nomeou a intervenção de outubro do seu Seminário - Portais da Descoberta que acontece mensalmente na Delegação MS/MT da EBP.

Caminhar até a incompletude, de imediato, já coloca em suspensão a lógica complementar dominante, que reza a completude como o objetivo a ser alcançado. Partindo desse pressuposto, a fala de Carlos Genaro propõe uma inversão, passando o vazio e o além do sentido como o desfecho almejado.

Genaro propõe inicialmente pensarmos a psicanálise nas vertentes do ensino e da transmissão, salientando que a primeira envolve necessariamente uma meta, o que não é para todos, enquanto que a segunda é para os poucos que se sujeitam a experiência no divã. Incita a experiência analítica para além do lugar comum, sendo uma prática que não se limita ao sentido. Ao contrário, cabe a psicanálise desvelar perspectivas ao sujeito para além do plano identificatório, especular.
 
Ainda que se coloque como o suporte da travessia imaginária, ao analista cabe conduzir o analisante a engajar-se na falta central, qual seja: a morte, o recalque primário, o objeto de desejo perdido. Afastado desse viés, a prática analítica está sob o risco de impostura.


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Seminário Portais da Descoberta


No mês de setembro, dando continuidade aos seus seminários mensais, Carlos Genaro nos lembra que o ensino de Lacan é a work in progress, dessa forma, não existe A teoria lacaniana.



Lacan não criou um conjunto de conceitos que determinassem um "status quo" da psicanálise. Ao seu estilo, empreendeu um constante debate com o que poderia ser elevado à categoria de uma prática estática e empobrecida pela verdade: “O erro consiste na idéia de falar para que idiotas me compreendam”. .. ”Falo para aqueles que entendem do riscado, para os não idiotas, supostos analistas” (recorte feito por Carlos Genaro do texto abaixo mencionado).


Ele projetou alguns fragmentos da conferência de Lacan em Caracas e uma parte de Televisão para trabalhar, de forma criativa, a primeira parte do texto Televisão que se encontra nos Outros Escritos de Jacques Lacan.


O ensino de Carlos Genaro adquire cada vez mais leveza, tornando-se mais claro e produzindo uma sonoridade que ecoa suave aos ouvidos interessados, enquanto suas palavras alcançam mais peso e precisão.

Sobre Coisas de Finesse em Psicanálise e O Intruso: Uma Psicanálise do Corpo


Jorge Forbes rege seu ensino com o estilo e a clareza que lhe são singulares. O modo com que articula sua fala soa sempre como uma novidade aos ouvintes, assíduos às atividades que realizamos com a presença dele.


Propõe questões agudas, tão urgentes, quanto necessárias ao avanço da prática clínica, bem como à inserção da psicanálise no mundo contemporâneo.

Ele dá consequências ao que nos acostumamos a enunciar sobre a psicanálise, convocando cada um a esvaziar os conceitos-mestres desgastados pela inércia da repetição, mais especificamente, ele nos convida a assumir os riscos de uma forma criativa de dizer, evitando formalidades desnecessárias ao bom uso da palavra.

Além disso, trata com o rigor necessário a reengenharia proposta por Jaques-Alain Miller, demonstrando que a segunda clínica de Lacan é possível, desde que renovada, e, portanto, distante de protocolos e pretensões herméticas.

Quando “vai para pouso”, sua maneira de dizer que está encerrando sua conferência, o que foi trabalhado por ele, já está causando ressonâncias no que nos diz respeito como analisantes e como analistas. Sobra sempre um corpo tocado que, inquieto, quer fazer disso ato, algo que faça mover a clínica e que ecoe, mais adiante, em nossas vidas.

Jorge transmite Lacan sem explicar Lacan.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Aniversário de Outubro


Parabenizamos nossa colega psicanálista e representante do Mato Grosso, Sueli Ignoti, aniversariante do mês de outubro.