O caminho até a incompletude, assim Carlos Genaro Gauto Fernández nomeou a intervenção de outubro do seu Seminário - Portais da Descoberta que acontece mensalmente na Delegação MS/MT da EBP.
Caminhar até a incompletude, de imediato, já coloca em suspensão a lógica complementar dominante, que reza a completude como o objetivo a ser alcançado. Partindo desse pressuposto, a fala de Carlos Genaro propõe uma inversão, passando o vazio e o além do sentido como o desfecho almejado.
Caminhar até a incompletude, de imediato, já coloca em suspensão a lógica complementar dominante, que reza a completude como o objetivo a ser alcançado. Partindo desse pressuposto, a fala de Carlos Genaro propõe uma inversão, passando o vazio e o além do sentido como o desfecho almejado.
Genaro propõe inicialmente pensarmos a psicanálise nas vertentes do ensino e da transmissão, salientando que a primeira envolve necessariamente uma meta, o que não é para todos, enquanto que a segunda é para os poucos que se sujeitam a experiência no divã. Incita a experiência analítica para além do lugar comum, sendo uma prática que não se limita ao sentido. Ao contrário, cabe a psicanálise desvelar perspectivas ao sujeito para além do plano identificatório, especular.
Ainda que se coloque como o suporte da travessia imaginária, ao analista cabe conduzir o analisante a engajar-se na falta central, qual seja: a morte, o recalque primário, o objeto de desejo perdido. Afastado desse viés, a prática analítica está sob o risco de impostura.