terça-feira, 28 de junho de 2011

Mais, psicose...

Após revisitar conceitos e proposições lacanianas estabelecidos em sua última aula, Carla Serles convida a seguirmos pelas veredas da psicose, temos assim a oportunidade de saber do despedaçamento do corpo, do gozo ilimitado e da dispersão dos significantes tão marcadamente presentes na psicose. No psicótico, os pedaços de corpo podem gozar em plenitude, na medida em que este sujeito encontra-se a mercê do gozo do Outro, imperativo, sem freios.

Nele a lei não opera, é sem efeito, o que impede que o gozo seja interditado. A linguagem se reafirma como um “órgão que pré-existe” ao sujeito.

Ora, é um equívoco do neurótico crer que os significantes residem no interior do corpo, nesse ponto, os psicóticos se aproximam da verdade, pois os significantes, de fato, estão do lado de fora. Quer dizer, fora deles. Então como pode um sujeito apropriar-se dos significantes? Essa questão deve perpassar a clínica de cada analista, à medida em que ele recebe cada um desses pacientes.

Em se tratando da psicose a foraclusão é a única resposta possível ao que lhe é penoso: a castração. Não reconhecê-la no outro é não reconhecê-la em si próprio. Não inscrevê-la. Assim, a metáfora paterna fracassa, há uma ruptura na cadeia de significantes. O nome do pai falta. Em decorrência disso, falta ao psicótico enunciados fundamentais (significantes mestres), que uma vez entrelaçados, permitiram a representação do sujeito. Ao invés disso, temos “um enxame de significantes, totalmente dispersos”.
Essa condição convoca à tentativas de busca de sentido, eis a função do delírio na psicose, dar sentido ao que está fora do sentido. Ele, o psicótico, está fora da significação fálica, não tem dúvidas, nada dialetiza. Em seu mundo, há somente o absoluto e ele, o sujeito da certeza.

Por Flávia Mendes
Revisado por Carla Serles

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Lembrete

Olá,

Gostaria de lembrá-los que nesta sexta-feira (17/06) às 19h30min teremos aula do curso "Sendas: Proposições e Leituras Psicanalíticas".

No sábado (18/06) às 15h30min, a aula: Psicanálise e Literatura “O
Amor e a Feminilidade em Ana Karennina e em Lol V. Stein"

Até lá!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

OFICINA DE ESTUDOS DE PSICANÁLISE - RONDONÓPOLIS - MT


Psicanálise e Literatura

A partir da questão proposta por Primo Levi e que dá título ao seu primeiro livro “É isto um homem?” podemos pensar vários temas que interessam ao analista, entre eles:
. O que nos torna humanos?
. Como o homem está na civilização?
. O que o analista tem a dizer sobre o horror vivido por milhões de pessoas no holocausto?
. O que um sujeito pode fazer a partir de uma experiência como essa?
A saída de Primo Levi passa pela escrita. E isso pode contribuir para pensarmos sobre o que um sujeito pode inventar frente ao real, ou seja, aquilo a que é impossível ter acesso.

Fica o convite para esse encontro entre a literatura e a psicanálise que, esperamos, possa ser enriquecedor para cada um de nós.


Ary Farias
Carla Serles
Sueli Ignoti

Dias:
10/06/2011 das 19h30min às 22h
11/06/11 das 9h às 12h
Av. Ponce de Arruda 2027, esquina com Rua 13 de maio

Informações: 66 3421 5684 oficinapsicanalise@terra.com

DELEGAÇÃO GERAL – MS/MT – ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sinopse do Curso

A aula de 21 de maio de 2011 foi bem além da discussão de um dos clássicos da literatura mundial. Tivemos uma contextualização histórica da Rússia e da Europa na década de 70, mais precisamente de 1873 a 1877, período em que ANA KARÊNINA é escrito e a apresentação dos personagens diante da realidade da época. Lembrando que estar atento ao mundo e sua história é essencial para a nossa prática. Assim, Carla faz um enlaçamento entre a aula do curso “Sendas”, no dia anterior e a conversação do livro de L. Tolstoi iniciada no mês de abril, enfatizando-se, inclusive, o possível caráter autobiográfico associado a um dos personagens principais: Liêvin.

As várias facetas de um clássico como ANA KARÊNINA permite-nos um bem-aventurado paralelo com a psicanálise, conforme é apresentada uma referência de Ana Lúcia Lucia Lutterbach Holck sobre a personagem Kitty, elege Ana Karenina como a outra mulher da histérica. Carla enfatiza: “A neurótica histérica elege uma outra mulher que goza como ela não consegue gozar. Para Kitty, Ana é aquela que ela imaginariza que tem atributos que ela própria não possui. Ana tem um brilho nos olhos, uma fineza feminina, é culta.” E continua: “Sempre que se diagnóstica a histeria verifica-se essa característica”. Aponta ainda um paralelo ao caso Dora de Freud e sua persistente questão sobre “O que quer uma mulher?”.

A análise da personagem-título da obra também nos fornece entre outros caracteres já tão conhecidos dos analistas no diagnostico de uma histérica: a demanda incessante e superlativa de amor de Ana a Vronski. Ela, que no princípio da história se parece mais com uma mulher – no sentido psicanalítico do termo – passa de arrebatadora a arrebatada por um amor; da mulher à histérica, caminho inverso ao esperado de uma análise.

Além da clareza com que Carla incita a discussão, trazendo outros autores e obras que facilitam e tornam tão agradáveis os encontros de sábado, dentre eles “Porque ler os clássicos”, de Ítalo Calvino e Medeia de Eurípedes, contamos com as contribuições do psicanalista Ary Farias trazendo doses significativas de teoria sobre a feminilidade e a histeria, contextualizadas no romance familiar que conta da posição em relação à mãe e o funcionamento da função paterna, sempre subsidiados na teoria lacaniana.

Sinopse realizada por Vanessa Wagna
Revisada por Carla Serles

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Roda de conversa

Olla a todos



É com muita satisfação que convido a todos para uma Roda de conversa, sobre aquilo que nos impulsiona - a causa maior que é a causa analítica.

Incluiremos na nossa conversa os pontos de atenção da Delegação Geral MT/MS, neste breve periodo de gestão em 2011. Também vamos fazer reflexões sobre o primeiro capítulo do livro o Banquete dos Analistas.


A roda de conversa será no sábado dia 04 de junho das 11:15 às 13:00 horas.

Boas vindas, ao seminário com o Carlos Genaro (Sexta feira dia 03 de junho as 20:30 horas) e ao nosso encontro no sábado dia 04 de junho na sede da Delegação.



Um grande abraço Zilda

ps: A Roda de conversa é uma atividade restrita aos membros da Delegação.