15 e 16 de maio de 2009: Verdades Mentirosas – A solução psicanalítica para o Outro que não existe, conferências por Jorge Forbes, A.M.E., membro da EBP e da AMP. Novamente, Campo Grande/MS foi brindada pela transmissão calcada em um estilo, a um só tempo, agradável, profundo e palatável. Jorge apoiou-se no Prefácio à edição inglesa do Seminário 11, de Jacques Lacan, e também na aula 11 do curso de orientação lacaniana Choses de Finesse en Psychanalyse, de Jacques-Alain Miller, para tecer articulações originais, propor uma “clínica sem pedestal” e que faça, assim, circular o real pelo mundo. No seu último ensino, Lacan reformula toda a perspectiva do que é a psicanálise: o que importa é o instante em que se alcança o sem-sentido; o que importa não é mais o lapso enquanto formação do inconsciente, mas, o buraco que se forma entre o simbólico e o real, que não pode mais ser fechado. O mundo atual não se sustenta mais pelo simbólico: para cada um existe um gozo impossível de ser negativizado; ninguém escapa de si mesmo. As formações do inconsciente encerram “verdades mentirosas”; tudo é mentira acerca do real, até as estruturas (neurose, psicose e perversão). “Todo mundo é louco” quer dizer “o real mente”. O analista reconduz o sujeito aos elementos de sua origem contingente. O último ensino de Lacan é a perda do privilégio do fantasma em nome do sinthoma. Jorge Forbes considera a passagem de uma clínica qualitativa para uma quantitativa, é dizer, um manejo tal no final da análise, em que o parlêtre possa extrair mais satisfação e menos sofrimento do seu sinthoma, uma “reengenharia do sinthoma”, acenando, deste modo, para um inovador tratamento do gozo, pelo viés do princípio do prazer e de um retorno a Freud.
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