Para Freud, um charuto às vezes era só um charuto. Para Lacan, um charuto era
sempre três charutos. O psicanalista destaca-se como o mais famoso apreciador de
um puro invulgar, o culebra.
Formado por três charutos entrelaçados que são separados no momento do consumo, o culebra deixou de ser uma curiosidade rara para retornar às charutarias como especialidade. Embora pareça um charuto de bêbado, quando destrançado, classifica-se entre os charutos apreciados pelas pessoas sofisticadas. Consta que Jacques Lacan preferia o encorpado Culebra Punch, que deixou de ser fabricado, assim como o lendário H. Upmann Culebra, extinto na década de 1970.
Reza a lenda que os culebras nasceram no século dezenove, quando os trabalhadores das fábricas de charutos podiam fazer e levar um exemplar por dia, ao final do expediente. Logo surgiu um espertinho que trançou três panatelas... De todo modo, fazer um culebra exige imensa habilidade do torcedor, que trabalha com três charutos úmidos, para evitar o rompimento das capas na hora de trançar.
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