quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Convite

Olá,

Gostaria de convidar a todos para participarem dos cursos: 


"Sendas: Proposições e Leituras Psicanalíticas"

por  Carla Serles


Data: Sexta-feira (21/10/11)

Horário: 18h45m (excepcionalmente neste mês)

Texto que será trabalhado:  "Un psicotico en analisis", do Michel Silvestre
 
Local: sede da Delegação Geral MS/MT
 
Valor: R$ 50,00 por encontro

Endereço: Rua Dr. Bezerra de Menezes, nº 274, Vila Planalto
 
 
Espero vocês, até lá!

Carolina - Secretária

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Evento da Biblioteca








Um romance absolutamente denso.
Um amor inebriante, proibido, cuja potencia rompe com as barreiras consaguineas e morais.
No seio da tradição patriarcal a ironia de um amor fora da lei, insano, incestuoso.
Raduan Nassar, como poucos, soube costurar com palavras precisas o trágico da existência, do desejo e do irrevogável do amor.
Depois do sublime, e ao constatar o “excesso de verdade no mundo” se retira das letras e se exila num silêncio literário ensurdecedor.  
O eco da sua obra informa sobre a sua importância e o patamar estético alcançado.
O desejo, no que possa trazer de trágico e belo, sempre ensina aos psicanalistas.
                     Ary Farias



Coordenação – Carla Serles

 Coordenação de Biblioteca – Fernanda Fernandes

Convidado – Ary Farias



Sábado, 22 de outubro 15h30min

Rua Dr. Bezerra de Menezes, 274 / Vila Planalto
Campo Grande – MS
67 33565194

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Curso: O efeito de uma análise



por Carlos Genaro Gauto Fernandez
Tema de hoje: O problema ontológico.

Embora Lacan tenha dito que o inconsciente é pré-ontológico (isto é, se apresenta como o não realizado, como o não concretizado do ser), a questão do ser habita a psicanálise lacaniana. E habita de forma nem muito clara nem tranquila.
O que somos enquanto seres que são falados e que também falam?
Na análise pessoal o analisante como trata o seu ser?
Existe interpretação para tudo?
Como tratar a Coisa que não fala?
Em síntese, como tratar o Real que não se significa?
São temas que insistirão neste debate, tomando como bibliografia fundamental a aula 6 do curso "Obra de Lacan" de Jacques-Alain Miller.
Data: Sexta-feira (07/10/11)
Horário: 20h30
Local: sede da Delegação Geral MS/MT.

Valor: R$ 100,00 por encontro

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Convite



Gostaria de convidar a todos para participarem do curso:


“O Efeito de uma Análise”


por Carlos Genaro Gauto Fernaández


Data: sexta-feira, 07.10.11

Horário: 20h30


Valor: R$ 100,00 por encontro

Local: sede da Delegação Geral MS/MT

Endereço: Rua Dr. Bezerra de Menezes, n. 274, Vila Planalto

Espero vocês, até lá!

Carolina
Secretária



ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE
Presidente: Ana Lydia Santiago
Diretor Geral: Cristina Drummond
Diretor Tesoureiro: Lilany Vieira Pacheco
Diretor de Biblioteca: Ondina Maria Rodrigues Machado
 
DELEGAÇÃO GERAL MATO GROSSO DO SUL / MATO GROSSO
Coordenação Geral: Zilda Maria Borges
Coordenação Adjunta e Cartéis: Katiuscia Kintschev
Coodenação Financeira: Vanessa Figueiredo
Coordenação de Publicações e Biblioteca: Fernanda Fernandes

Rua Dr. Bezerra de Menezes, Nº 274, Vila Planalto.
Campo Grande – MS
Telefone: (0xx67) 3356-5194
Horários: Segundas, quartas e sextas das 8h as 11h.
Terças e quintas das 13h30 as 17h30.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Curso: O efeito de uma análise

O conceito de “cura” pressupõe um ideal a ser atingido, um anormal a ser corrigido. Uma verdade a ser revelada. O tratamento analítico começa por aí. É como se a verdade finalmente seria  revelada. Mas a cura se insere no universal para todos. Como instituir o singular de cada um?
A experiência analítica afasta-se do padrão. Quando um Sujeito procura o analista é convidado a se submeter a uma experiência ou ao não experimentado ainda.
A idéia inicial, a da associação livre, é dizer tudo que lhe vem à mente, acreditando encontrar a verdade. Então investigamos, e pedimos que “fale” livremente.
Constitui a regra fundamental. Um tropeço na fala não é um erro, mas tem pleno valor, por isso é fundamental, também, que o analisante se corrija, desdizendo o que disse.
Entretanto, a verdade parece estar comprometida, pois o que o analisante afirma hoje pode ser diferente do que afirmará amanhã. Enquanto estivermos no campo da linguagem a verdade muda, a verdade nem sempre é a mesma. A essa variabilidade da verdade, a nomeamos como “verdade mentirosa”.
Por isso Lacan foi pesquisar na lógica matemática, pois as fórmulas matemáticas dizem o que é, com suas pequenas letras.
“Como obter o real, além da busca da verdade?”
Freud – busca a verdade.
Lacan – sinaliza para o real.    
Com Freud o sintoma levado para a análise era interpretado, buscava-se o sentido, logo, no campo da linguagem ele estaria resolvido; mas Freud descobre que isto não bastava, e chamou este fenômeno de reação terapêutica negativa, ou seja, há algo que resta. Há restos sintomáticos.
Isto já era perceptível na experiência clínica dele. Com  Lacan isto ganha até novos contornos. Até no passe. O sujeito que passou ainda retorna a análise, como constatamos em muitos casos.
A psicanálise tem sempre algo de inquietante. Ela aponta para um mais além da normalidade, mais além do universal edípico que ganha dimensão apenas relativa.

Superação do saber
De “letter para litter”, Lacan introduz dessa forma a idéia da letra, a letra não tem saber colado nela. A letra não diz nada, não diz nada sobre a verdade. Genaro lê trechos do texto “Lituraterra” de Jacques Lacan no livro “Outros escritos” para mostrar onde a psicanálise faz furo.
Quando denunciamos o furo no saber, que apesar da interpretação o sintoma continua; que no inconsciente há um furo; isso não é uma falha no saber, é uma questão de estrutura.
Na segunda clínica é a clínica do resto incurável, do furo, do resto. O resto sintomático que permanece apesar da interpretação.
Nossa clínica não pode alimentar o sentido. Buscamos o que se precipita como não sabido quando o sentido é constituído. Se precipita como Real quando o Simbólico parece dizer tudo.
As interpretações deixam de apontar pra o sentido escondido e se transmutam em enigmas e em sem sentido.
É exatamente nisto que a experiência analítica se afasta do padrão psicoterapêutico.
Assim Genaro encerra sua aula, e lembrando que no próximo encontro continuará com base na Lição VI do seminário de Jacques Allain-Miller “ Obra de Lacan” e também com “Lituraterra” texto de Lacan presente nos  “Outros escritos”.

Sinopse de Fernanda  Fernandes (versão revisada por Carlos Genaro)
Curso: O efeito de uma análise de 02. 09. 11 - por Carlos Genaro Gauto Fernandez


 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Olho Clínico

"... se é mais autêntica quanto mais se parece com o que se sonhou para si mesma..." Antonia San Juan, interpreta Agrado, travesti que tem a aparência alterada pelos recursos da estética em "Tudo sobre minha mãe" dirigido por Pedro Almodóvar que mais uma vez remete ao feminino e suas indagações.
Até onde vai a determinação de uma mulher para aproximar-se o máximo possível daquilo que sonha para si mesma? A questão levantada por Freud – "o que quer uma mulher?" continua atual e impulsionou a discussão desse filme, no último sábado, na Oficina de Estudos de Psicanálise de Rondonópolis.
Almodóvar não se atém ao final feliz prometido por filmes hollywoodianos da época. Retrata a mulher através dos personagens polêmicos que tomam conta da cena primando pelas perguntas em detrimento das respostas, instigando recursos para lidar com o feminino como um real que não se deixa apreender, com sua narrativa dura, com entremeios de morte, abandono que gera perda e renascimento pela vertente de uma nova causa sob transferência.
Nesse filme Manuela (Cecília Roth) tem um filho adolescente – Esteban - que pretende ser escritor e começa tentando escrever a história da mãe. Inspira-se no filme A Malvada, que acha que deveria chamar "Tudo sobre Eve" para intitular sua obra. Logo depois é presenteado com o livro Música para Camaleões. Esteban tem noção de quantas vezes sua mãe trocou de pele para esconder sua existência e criá-lo sozinha embora por mais que tenha se desdobrado não conseguiu preencher o papel de pai?
Como na foto exibida pela mãe falta uma metade na história de Esteban. É essa metade que pede de presente no décimo sétimo aniversário, mas antes que a mãe tenha tempo de atender sua solicitação é atropelado ao tentar o autógrafo da atriz Huma Rojo (Marisa Paredes) depois de vê-la na peça "Um bonde chamado desejo". Sem dúvida, é pela vertente do desejo que os personagens constroem suas histórias, pagando o preço.
Manuela que encenara no hospital onde trabalhava a esposa que decidia pela doação de órgãos do marido morto enfrenta o real da morte do filho sentindo na carne o peso dessa escolha. Tenta seguir os rastros do homem que recebe o coração do filho, mas percebe que o transplante mantém apenas a vida do órgão, o que não dá conta do investimento amoroso, feito "coração a coração" ao longo de quase 18 anos de sua história com o filho.
Na tentativa de reencontrar o ex marido que nunca soube desse filho Manuela se depara com mulheres que, cada uma a seu modo, tentam fazer laços mostrando que isso é possível fora do padrão ditado pela cultura, onde as normas propõem a defesa da própria libido que insiste em escapulir pelos poros contra todas as convenções estabelecidas.
Manuela se deixa levar ao encontro de Huma tornando-se sua assistente meio ao acaso. Aonde quer chegar? Ao contrário da malvada do filme que aparece dentro do filme, não quer o lugar de Nina que faz uma mistura dos papéis de assistente, filha e parceira sexual de Huma.
Sempre com a dignidade que lhe é peculiar Manuela assume cuidados maternos com a jovem Irmã Rosa que vai contra as ordens da Congregação engravidando de Lola definida por Manuela como aquela que tem o pior da mulher e o pior do homem. Antes de ser Lola era Esteban, pai do Esteban filho da Manuela.
Quando Irmã Rosa morre deixa o terceiro Esteban da história, bebê considerado pela avó materna a denúncia dos erros da filha.
Manuela fecha um ciclo ilustrando com as demais mulheres em cena os infinitos atalhos tomados pelo feminino na sociedade contemporânea, onde já não bastam para a mulher os limites dos papéis de esposa e mãe.
O que está no final do filme é o início do novo ciclo da vida de Manuela com o terceiro Esteban nos braços. Dessa vez, o outro filho do pai de seu filho...

Sueli Ignoti

Correspondente da Delegação Geral MS/MT – Escola Brasileira de Psicanálise
oficinapsicanalise@terra.com.br