No dia 07 de novembro Carlos Genaro esteve em Campo Grande, dando continuidade ao seu curso Portais da Descoberta.
O objetivo principal desta reunião foi a preparação dos participantes para a I Conversação Clinica da Delegação Geral de Psicanálise MS/MT “Momentos decisivos na clínica”, no qual será o debatedor.
Faz a diferença entre conversação e conferência. A conversação é ativa, todos participam pois não há um conferencista “ativo” e a platéia “passiva”, tem um tema escolhido, parte da idéia do saber questionado e não do saber estabelecido, absoluto. Pressupõe igualdade entre as pessoas quanto às possibilidades de enunciação. O saber infinito, todos dizem e pesquisam sobre o saber que irá sendo construído.
Já a conferência vai-se assistir e se supõe o saber a quem vai falar, pressupõe-se um saber assegurado, o saber absoluto, o mestre diz, as pessoas vão para ouvir, assistir o saber do outro.
Genaro, a seguir, se estende sobre a introdução do Seminário 18 “De um discurso que não fosse semblante” de Jacques Lacan. Nele, Lacan parte do tema anterior, Seminário 17 “O avesso da psicanálise”, que fala sobre os quatro discursos.
Não há universo do discurso, mas um desuniverso. O universo do discurso é criado pelo ato de fala. É preciso dizer, nomear. Um fato enunciado é um fato de discurso.
O discurso da ciência partiu historicamente dos semblantes. Tudo isso põe em questão o que vamos chamar de um discurso que não fosse semblante.
Lacan aponta para um gozo impossível de satisfazer. Impossível.
O analista é aquele que suporta este impossível, que está além do semblante mas estreitamente vinculado a ele. O que dá abertura para o que virá depois no desenvolvimento do curso.
Por Isangela Lins
Revisado por Carlos Genaro